terça-feira, 26 de setembro de 2006

AMIGOS DO CORAÇÃO



AMIGOS DO CORAÇÃO

Os amigos do acaso
São como as folhas de outono
Espalham-se rápido ao vento.

Os amigos de boemia
São feito fogo de palha
E arduamente nos custam
Os olhos da cara.

Os amigos da onça
São parentes de "Judas"
Somos santos na presença
Crucificados na ausência.

Os amigos de trabalho
Se não houver nenhum tapete
Nos aplaudem , vão ao delírio
Em troca, pagamos o ingresso.

Os amigos interesseiros
Nos contatam diariamente
Mas, só pedem favores e favores
Esquecem até de dar "bom dia".

Mas, os amigos verdadeiros
Permanecem ao nosso lado
Em qualquer tempo...
De alguma maneira presente.

Os amigos do coração
São fiéis, acendendo o sentido da vida
Não importa a distância...
Sempre dão um toque de magia.

(desconheço a autoria)
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REVERÊNCIA AO DESTINO




REVERÊNCIA AO DESTINO

Falar é completamente fácil,
quando se tem palavras em mente
que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que
realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas
que estão sendo expostas
pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir
sobre os seus erros,
ou tentar fazer diferente
algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega,
fazer companhia a alguém,
dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas
e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia
e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação
e saber o que fazer.
Ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência
quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém
que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos
o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos
com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar,
mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus".
Principalmente quando somos culpados
pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos,
beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo
como uma corrente elétrica
quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver,
sem ter medo do depois.
Amar e se entregar.
E aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência.
Acenando o tempo todo,
mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas,
ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta.
Ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar
ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma.
Sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas
vão te aceitar como você é
e te fazer feliz por inteiro .

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém.
Saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo,
mas com tamanha intensidade,
que se petrifica,
e nenhuma força jamais o resgata.

Texto de Carlos Drummond de Andrade